sábado, 13 de abril de 2013

A torre de Basileia (2ª parte) CVIII

Os acordos de Basileia: como arruinar um país antes da chegada do FMI/banco mundial.

Em 1974 foi criado pelos governadores dos bancos centrais o comité de Basileia para a supervisão bancária, este comité incorporava dez nações, estando actualmente nas vinte nações, daí a sigla G20.

Na próxima noticia mostro-vos como o BIS usa o sistema bancário de modo arruínar o país que entender, outro artigo de leitura obrigatória.

http://www.globalresearch.ca/the-tower-of-basel-secretive-plans-for-the-issuing-of-a-global-currency/13239

In 1974, the Basel Committee on Banking Supervision was created by the central bank Governors of the Group of Ten nations (now expanded to twenty). The BIS provides the twelve-member Secretariat for the Committee. The Committee, in turn, sets the rules for banking globally, including capital requirements and reserve controls. In a 2003 article titledThe Bank for International Settlements Calls for Global Currency,” Joan Veon wrote:

The BIS is where all of the world’s central banks meet to analyze the global economy and determine what course of action they will take next to put more money in their pockets, since they control the amount of money in circulation and how much interest they are going to charge governments and banks for borrowing from them. . . .
When you understand that the BIS pulls the strings of the world’s monetary system, you then understand that they have the ability to create a financial boom or bust in a country. If that country is not doing what the money lenders want, then all they have to do is sell its currency.”

A união bancária assinada ainda à bem pouco tempo, serviu para legalizar e pôr sobre controlo o que antes não podia ser "mostrado", foi tornar a ilegalidade das decisões financeiras em algo legal e ractificado aos olhos da lei internacional.

Os acordos de Basileia só puderam ser possíveis porque os bancos centrais são propriedades privadas dentro do sistema estatal, e que através do BIS/BCE passaram a controlar mais de 200 bancos na EUSR, a fachada pública para isto tudo? É o banco central europeu, que, tal como os bancos centrais de cada país, está proibido de financiar directamente os estados membros, tudo cortesia do tratado de lisboa, que todos falam mas ninguém parece ter lido. A expressão "porreiro pá", de José Sócrates disse tudo, toda aquela malta sabia de antemão o que vinha aí, ou não fossem eles ficar para a história.

Apesar de existir a cláusula de não financiar directamente os estados membros, o medo da explosão social é tanto que até isso quebraram, mas no inicio, quando era preciso estancar a hemorragia soberana aí deu muito jeito aos senhores do mundo de modo a introduzir a troika nos países alvos.

Logrado o esquema do tratado, a porta estava aberta, os países ficaram literalmente nas mãos de quem controla os bancos, não é coincidência a crise das dividas ter a sua origem nos bancos comerciais e casas de investimento. Depois desta etapa (Tratado Lisboa) uma das formas para destruir um país é mandatar ao bancos comerciais que aumentem o seu ratio, e bang!!! Por essa europa fora os bancos começaram a cair...
Este exemplo vêm sendo repetido sucessivamente e foi "executado" em 1988 no Japão como se descreve em baixo...

The power of the BIS to make or break economies was demonstrated in 1988, when it issued a Basel Accord raising bank capital requirements from 6% to 8%.  By then, Japan had emerged as the world’s largest creditor; but Japan’s banks were less well capitalized than other major international banks. Raising the capital requirement forced them to cut back on lending, creating a recession in Japan like that suffered in the U.S. today.

Property prices fell and loans went into default as the security for them shriveled up.  A downward spiral followed, ending with the total bankruptcy of the banks. The banks had to be nationalized, although that word was not used in order to avoid criticism.

Os bancos inseridos nos países que estão sob resgate financeiro tiveram de aumentar o seu ratio através da recapitalização, e, em 2008, Mira amaral considerava que a proposta de recapitalização era uma séria ameaça à nacionalização dos bancos. 

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2108157

O homem sabia do que falava visto hoje termos vários bancos dissimulamente nacionalizados.

A receita aplicada ao Japão em 1988 pelo BIS assemelha-se e muito ao que tivemos em Portugal, Grécia ou Espanha. A recapitalização da banca Europeia exigida pelo BIS teve o resultado esperado em todos os países, os bancos privados fecham as torneiras, e a espiral recessiva é apenas uma questão de tempo. Os bancos guardam o dinheiro de modo a manterem o ratio exigido pelo BIS, por isso é que não o libertam na economia.

Os acordos de Basileia afectam não só os países mas também atingem pessoas enquanto seres singulares. A Índia é disso exemplo, pois, entre 1997 e 2010, teve mais de 200 mil agricultures a suicidarem-se por estes não conseguirem empréstimos de modo a manterem o seu negócio, tal como escrevi aqui e aqui.

Among other collateral damage produced by the Basel Accords was a spate of suicides among Indian farmers unable to get loans. The BIS capital adequacy standards required loans to private borrowers to be “risk-weighted,” with the degree of risk determined by private rating agencies; and farmers and small business owners could not afford the agencies’ fees. Banks therefore assigned 100 percent risk to the loans, and then resisted extending credit to these “high-risk” borrowers because more capital was required to cover the loans.

O BIS exigiu aos bancos indianos que os empréstimos feitos a estes agricultures tivessem um risco de 100%, impossibilitando dessa forma o contínuo acesso ao crédito por parte dos agricultures indianos. O drama traduziu-se em mais de 250 mil suicidios durante 10 anos, o tempo necessário para o estado intervir.

Outro exemplo vêm da Coreia do Sul e mais uma vez as semelhanças com o que se passa na Europa vêm ao de cima. Em 2008 no Korea times, um artigo chamava a atenção para as manobras do BIS que estavam a impedir o acesso ao crédito por parte da sociedade, estrangulando a economia, deliberadamente.

http://www.koreatimes.co.kr/www/news/biz/2009/11/123_36084.html

The Bank of Korea has provided more than 35 trillion won to banks since September (2008) when the global financial crisis went full throttle,'' said a Seoul analyst, who declined to be named.
But the effect is not seen at all with the banks keeping the liquidity in their safes. They simply don't lend and one of the biggest reasons is to keep the BIS ratio high enough to survive,'' he said.

Os ratio têm de ser cumpridos e o banco que não estiver acima da % estabelecida terá que se recapitalizar, ou seja boa parte dos bancos acabam a pedir ao estado e guardam esse dinheiro em vez de o largarem na economia de modo a manter o ratio estabelecido. Excelente forma de estrangular uma sociedade.

Chang Ha-joon, an economics professor at Cambridge University, concurs with the anonymous analyst.
What banks do for their own interests, or to improve the BIS ratio, is against the interests of the whole society. This is a bad idea,'' Chang said in a recent telephone interview with The Korea Times. 

Por último, num artigo publicado no Asian times "the BIS vs National Banks", encontramos muitas repostas sobre o modus operandis da primeira instituição financeira global.

http://www.atimes.com/global-econ/DE14Dj01.html

From their different historical backgrounds, different banking systems and regulatory regimes have evolved for different national economies. The globalization of finance, accelerated by "big bangs" in major financial markets, has brought about the urgent push for global regulatory standards applicable to banks worldwide, while leaving credit and capital markets largely unregulated, and a foreign exchange regime driven by predatory processes disguised as free markets for currencies. 

...national banking systems are suddenly thrown into the rigid arms of the Basel Capital Accord sponsored by the Bank of International Settlement (BIS), or to face the penalty of usurious risk premium in securing international interbank loans. Thus national banking systems are all forced to march to the same tune, designed to serve the needs of highly sophisticated global financial markets, regardless of the developmental needs of their national economies.

Importante é quem faz as leis para o mundo bancário e financeiro, e não quem empresta o dinheiro, neste caso o BCE ou FMI, que servem de fachada pública ao negócio da extorsão.

BIS regulations serve only the single purpose of strengthening the international private banking system, even at the peril of national economies. The BIS does to national banking systems what the IMF has done to national monetary regimes.National economies under financial globalization no longer serve national interests.

The IMF and the international banks regulated by the BIS are a team: the international banks lend recklessly to borrowers in emerging economies to create a foreign currency debt crisis, the IMF arrives as a carrier of monetary virus in the name of sound monetary policy, then the international banks come as vulture investors in the name of financial rescue to acquire national banks deemed capital inadequate and insolvent by the BIS.

Até aqui, tenho mostrado como o BIS procede de forma a estourar um país para logo de seguida entrar o renegociador das dívidas soberanas, o FMI. As dividas, essas, estão lá para serem mantidas e não eliminadas, esta história de querer acabar com a divida têm tanto de falso como de impossivel, porque já antes desta crise, tinhamos mais de 60% do PIB no prego.

O mundo está programado financeiramente para serem os bancos a emprestarem aos estados, quando, em qualquer prisma racional na construção de uma sociedade deveria de ser precisamente o contrário. Só não é assim, porque aquilo que é mais procurado no mundo, o dinheiro, nunca poderá estar nas mãos de um estado que livremente  imprima-o.

Assuntos relacionados:
http://profundaescuridao.blogspot.pt/2012/11/the-real-deal-1-parte-xcvi.html
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