segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A empresa LX


A informação é veloz a percorrer os quatro cantos do mundo, já nada se consegue esconder actualmente, e esta crise proporcionou-nos algumas janelas abertas sobre como funciona de facto o sistema e quais as empresas que põem e dispõem livremente dos seus peões para serem usados no xadrez. Assim sendo, meio mundo ficou a saber da existência de uma empresa de seu nome Goldman Sachs, o que já não é mau.

Com esta nova crise a Goldman Sachs tornou-se conhecida do público, logo escrutinada, pelo menos aqui na Europa, já que nos States esta empresa é grande, muito grande mesmo. Apesar de não ser a empresa com mais "contactos" pelo mundo fora, os últimos quatro presidentes da reserva federal norte americana saíram de lá.

É daquelas empresas sombra que alberga um verdadeiro ninho de vespas assassinas e mercenários, sendo ainda, uma escola de topo para quem quer aprender a esconder contas gigantescas, se é que me faço compreender.

Sinceramente ainda estou para perceber como é que se consegue vender esta crise como algo não planeado. Os países trocam de governo á pressa sem dar cavaco a ninguém para acalmar os mercados, que caso se agitem, o povo sofre as represálias com a extinção de mais uns direitos e liberdades. Big business, minha gente.

É meus caros amigos, farto-me de dizer que a nova fase vêm aí, a agregação dos orçamentos dos países assim como a centralização do poder monetário e financeiro é o objectivo final desejável se não der para ir mais longe. É A ISTO QUE ESTAMOS A ASSISTIR, vê se acordas, eles sabem perfeitamente o que andam a fazer, não te iludas quanto a isso. Não interessa quem prossegue a obra, pelos vistos os tecnocratas que estão a ser impostos aos povos por via directa são os mais habilitados para fazer essa transferência de poder.

O que me leva de volta ao inicio, de volta à Goldman Sachs, senão vejamos, qual é o denominador comum entre o 1º ministro Mario Monti, o novo presidente do banco central europeu Mario Draghi e Papademos, o novo primeiro ministro da Grécia? A resposta é a Goldman Sachs, meus senhores, todos eles passaram lá tempo suficiente para se tornarem "economistas" do esconde esconde. Por sinal o nosso governador do Banco Central também fez lá estágio.

O artigo em questão que levanta a casualidade vêm no Le Monde, mas, para quem não gosta de ler em Fru-Fru, aqui fica em Inglês.

Ora bem, o novo salvador da pátria grega, Papademos, foi o homem que acompanhou a mudança monetária do Dracma para o Euro, visto ter sido governador do banco central de 94 a 2001, ou seja, foi o tipo que junto com a Goldman Sachs escondeu dos comissários do politburo Europeu os prejuízos e as dividas que a Grécia tinha, de modo a entrar na moeda única. Tudo isto fabricado através de esquemas financeiros complexos que os big boys adoram inventar. E aparece agora pronto a salvar o país? Conseguem realmente engolir isto? Se existe alguém que sabe como foram escondidas as dívidas, esse alguém é Papademos, não existe outro que possa responder tão bem quanto ele, bastava esse senhor querer.

A Grécia lida com mercenários que resolverão o problema vendendo o país, ou o que resta dele, nem os monumentos irão sobrar. Os juros já ultrapassaram os 100% à muito, mas como o medo já está instalado por aquelas bandas, essa percentagem já nem têm valor real, é apenas um número, que têm de ser pago claro está.

De seguida, temos o novo senhor feudal do BCE, Mario Draghi, que foi só vice presidente da Goldman Sachs Europa entre 2002 e 2005, tendo a seu cargo o departamento "companies and sovereign" que entre outras coisas supervisionava as trocas de moeda que os países faziam. Maravilha.

Por último, falta o novo primeiro de Itália, Mario Monti, que era conselheiro internacional da Goldman Sachs desde 2005, cargo esse, que abandonou assim que soube que iria ser o capo da máfia legalizada.

Não é só por terem estudado na Goldman Sachs que estes senhores são postos no poder, o facto de terem trabalhado em bancos centrais ajuda muito. Convêm relembrar que os bancos centrais estão sob a alçada do BIS (Bank For International Settlement) que serve de banco central aos bancos centrais, e espanta-me nunca ter sido pronunciado nos media, tão ávidos na procura da melhor resposta para a crise.

Por último, temos um ex economista chefe do FMI, Simon Johnson, que à umas semanas atrás diz esta coisa espantosa, "Elite business interests – financiers, in the case of the US – played a central role in creating the crisis, making ever-larger gambles, with the implicit backing of the government, until the investiable collapse. More alarming, they are now using their influence to prevent precisely the sorts of reforms that are needed, and fast, to pull the economy out of its nosedive. The government seems helpless, or unwilling, to act against them."

Reparem que este senhor diz que as elites criam as crises, palavras para quê? Mais um poeta que só se lembra de dizer estas coisas quando já não interessa fazê-lo.

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